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ECOMUSEU PEDRA FUNDAMENTAL
A edificação da Pedra Fundamental da nova capital no Morro do Centenário em Planaltina/DF, no ano de 1922, representa um momento único na nossa história, pois anima um longo debate sobre a interiorização da capital, que se arrastava há mais de dois séculos. Sendo também um marco “concreto”, identificando o local da futura capital. Este evento deve ser estudado como um acontecimento de importância nacional devido ao seu significado histórico. As ações que levaram a sua edificação foram protagonizadas por atores dos quatro cantos do Brasil: um paraibano, o presidente Epitácio Pessoa, autorizou o início da obra cumprindo o Decreto Legislativo nº 4.494, de autoria de um deputado goiano, Americano do Brasil, e de um maranhense, Rodrigues Machado. A proposta de edificação da Pedra foi aprovada por unanimidade na Câmara dos Deputados. Erguer o obelisco foi uma missão que ficou a cargo de um mineiro, Ernesto da Almeida Balduíno, que era presidente da Estrada de Ferro Goiás, cuja sede ficava em Araguari, MG. A primeira estrada de rodagem a adentrar o quadrilátero Cruls, trilhada pela comitiva de Balduíno para edificar a Pedra, foi aberta um ano antes pelo italiano Vitorino Bevinhati, radicado em São Paulo e pelo seu sócio, Alexandre Salgado, goiano e morador de Planaltina. A cerimônia de inauguração, ocorrida ao meio dia de 7 de setembro de 1922, em comemoração ao centenário da independência, contou com a participação de brasileiros de todo o país, embora poucas autoridades tenham comparecido ao evento, a maioria enviou representantes. Passaram-se 91 anos de sua edificação e até hoje, não foi realizado um projeto para preservar aquele valioso patrimônio. Pelo contrário, constantemente chegam notícias de pichações feitas no monumento, além de assaltos cometidos nas suas imediações. Assim, representantes do movimento popular, ambientalistas e educadores constituíram um grupo com a missão de viabilizar duas propostas fundamentais para a preservação e valorização da história do Distrito Federal:
Para a criação do Ecomuseu a própria comunidade contribui na definição do território e se compromete a preservá-lo em suas características físico-ambientais e culturais. A partir dessa concepção a história da comunidade e seu patrimônio deixa de ser parte de coleções formalmente instaladas em espaços fechados (prédios) para ganhar uma dimensão pública, onde o acervo são as experiências vivenciadas no tempo e no espaço, em sua dinâmica. Diante do alarmante ritmo de destruição do Cerrado, é primordial a criação simbólica de uma área territorial já constituída de áreas de reservas, fragmentos e leitos de rios que representam um laboratório vivo de significações ambientais para a História do DF. Essa área configura-se em um espaço territorial em que a sua paisagem representa uma história social das relações humanas com a natureza, portanto, é um espaço pedagógico para o exercício da observação e contemplação que contribui para a construção de novas narrativas de natureza. A proposta da criação do Ecomuseu da Pedra Fundamental, abrangendo a região do Alto da Bacia do Rio São Bartolomeu, é fundamental como mais um instrumento que possibilita, fortalece e valoriza a beleza cênica, o equilíbrio ecossistêmico e ecológico e os resultados históricos do processo de ocupação. O obelisco fincado sobre o Morro do Centenário em Planaltina/DF, hoje atrai um significativo número de visitantes interessados pela história do Brasília e Brasil. É um espaço único no Distrito Federal. Constantemente, professores de Escolas Públicas e universidades dos quatro cantos do DF se dirigem à Pedra a fim de propiciar aos seus alunos uma aula diferente, ministrada num ambiente rico em história e beleza natural. Ou seja, na prática este local se transformou num espaço para a implementação de novas práticas pedagógicas, entretanto, sem nenhum tipo de estrutura e orientação aos visitantes. A área proposta para a criação do Ecomuseu, nos arredores da Pedra Fundamental, abriga um rico patrimônio material reconhecidos nacionalmente. Ali se encontra o Morro da Capelinha utilizado como cenário para a Via Sacra ao Vivo; o Vale do Amanhecer criado pela Tia Neiva; a Escola Técnica Federal (antigo Colégio Agrícola) com uma vasta e bela área; a Fazenda Velha que serviu de pouso para a Missão Cruls; a Estação Ecológica de Águas Emendadas com as nascente das dispersões das águas, além de inúmeras Fazendas Coloniais. O patrimônio imaterial que se manifesta de uma forma bastante latente na cultura da região, principalmente por meio das festas religiosas, também será objeto de estudo do Ecomuseu. A Festa do Divino, Via Sacra ao Vivo, Dia do doutrinador (Vale do amanhecer), Festa do Carro de Boi são eventos realizados anualmente em Planaltina, extremamente valorizados pelo seu povo, envolvendo milhares de voluntários, que se tornaram seus principais protagonistas. A outra proposta extremamente significativa par toda a região do DF e vizinhos é o tombamento da Pedra Fundamental como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Certamente que tal reconhecimento contribuirá de forma significativa para valorizar e garantir ao nosso povo “um lugar de honra na história”, conforme título de matéria publicada no Correio Brasiliense (ver na pag.05), no dia 20 de janeiro de 2012, em comemoração aos 90 da Pedra Fundamental. O local nos arredores do obelisco se tornará num centro aglutinador de pesquisadores, professores, alunos, ambientalistas, poetas, transformando-se num espaço para a implementação de novas práticas pedagógicas. O Distrito Federal conta com quatro patrimônios históricos nacionais, tombados pelo IPHAN. São eles a Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Aparecida, o Catetinho, o Conjunto Urbanístico de Brasília e a placa oferecida a Rui Barbosa em Haia, como delegado do Brasil na II Conferência da Paz, em 1907. Naturalmente que todos eles têm uma importância significativa para o Brasil, entretanto, a edificação da Pedra levou inúmeros brasileiros a migrar para o centro do país dando início à formação de uma nova identidade cultural do povo brasileiro. Assim, acreditamos que
o reconhecimento da Pedra com Patrimônio Artístico Histórico Cultural
do Brasil vai contribuir de forma significativa para desenvolvimento
do sentimento de pertencimento do nosso povo, bem como para a valorização
da nossa região , pois será o único bem
tombado, no quadrilátero Cruls, que remonta há
um período anterior a construção de Brasília
em 1960. |
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Movimento em defesa do Tombamento |
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